Caderno

Olho vigilante, o velho caderno
aponta o passado e acusa.
O que restou em notas dispersas
prova o vivido e já apagado.
Nuvens de letras, cenários pintados,
onde o tempo encenou por anos
os enredos do saber.
Pendurados nas linhas,
datas e fatos,
olhos maus a espiar
o presente viajante,
a acessar a memória
de perdas nem sabidas
pedaços do tempo esquecido,
linhas de um passado
rabiscadas em hiatos de vida
hoje nada.