Banalidade

Marta Morais da Costa

“a banalidade do Mal” (Hanna Arendt)

No silêncio compactuado
da sala de reuniões,
ele habita.

Nos conchavos ardilosos
a farejar recompensas pessoais,
ele viceja.

Na concordância bovina
ao abuso dos desmandos ,
ele fermenta.

Na passividade do lar,
na presença doméstica do medo,
ele amadurece.

Nos sabujos sem cérebro
a exaltar a imbecilidade,
ele ceva e cega.

Esse mal, disseminado e sutil,
igualmente habita em mim
e me paralisa.