Marta Morais da Costa
Os fios da rua passarinham uma primavera.
As cantoras põem valsas no ar.
O ninho de inverno se aquece,
frágil fortaleza imune a tróias.
O olhar pandêmico se despede todos os dias
porque se sabe espreitado e indefeso.
Nos arremates do dia não sei de amanhãs.
A Terra se move, aberta em fios de covas,
uma delas será meu ninho derradeiro?
Os pássaros retornarão com asas de aurora.
