Marta Morais da Costa
de mansinho cheguei ao camarim
no silêncio da madrugada
em cima vesti cetim
por baixo rala alpaca
olhos de quiçá e cautela
pensar de só dúvidas
às pressas saí pra rua
pernas à toa
voz em sussurro
fora de prumo
leque de plumas
olhar quase azul
cantei
dancei
cansei
hora de retrair
mãos vazias
rosto sem brilhos
traje em tiras
na passarela
jaz a fantasia