Sobre a formação de leitores

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Formar leitores vai além de alfabetizar. Supera momentos de encanto e emoção. É mais do que ter uma companhia que leia em voz alta ou que esteja junto em uma leitura silenciosa e individual. Formar leitores não é encher a casa de livros ou deixar alguém em uma biblioteca, perdido entre estantes.
Formar leitores tem a ver com educação, gradação, diversidade, acompanhamento. Não tem a ver com controle. Significa dar a mão para a pessoa e ensiná-la a andar entre livros.
Formar leitores (não importa se crianças ou adultos) é apresentá-los aos textos do mundo, contar de sua beleza e de seus perigos, exemplificar com outras histórias de leitores (inclusive a nossa) e aos poucos educar para ver, compreender, interpretar. Para descobrir e recriar.
Educar tem a ver com conhecimento e paciência. As pessoas têm tempos diferentes de aprendizagem: o educador lhes oferece o seu tempo e o seu saber. O saber não é um depósito de informações. São aprendizagens lidas e vividas colocadas a serviço de outrem. Um educador que não lê, não serve para formar leitores. Não terá a aprendizagem necessária para o infinito de textos. Não apenas em livros: em palcos, em sons, em papel, nas telas digitais.
Quem não sabe nadar, sucumbe ao mar. Para nadar no mar é preciso saber navegar. Para o oceano de textos, o leitor precisa de bússola, mapas, roteiros, ciência. Que se aprende na prática e no legado dos navegantes que por esse mar viajaram.
Formar leitores é uma arte. Arte tem a ver com técnica. Técnica tem a ver com estudo.
Estudo tem a ver com leituras. É o ciclo da vida. O círculo.