Marta Morais da Costa
nas contas opacas de um colar de dores
a cinza leve de um corpo ausente
no sorriso tímido de um rosto magro
a voragem imersa da fome atroz
a lua alfange mira o vácuo
a vida desatenta se esvai
no canto do quarto em silêncio
o menino sorve o veneno do sonho
a noite insensível ensombra
ela dá as costas e tranca a porta
desta vez sem volta.
