O lugar de onde olhas
as loucuras dilacerantes
nada tem de idílico;
antes ressoa o vendaval
desgovernado,
antes concreta em ais
as paixões devorantes.
Escorres em música
as vozes coléricas;
coleias em danças
o erotismo ardente,
palavras ausentes,
corpos em chamas.
Trazes ao contemplantes
a sarça em vão ardente
da liberdade agonizante.
Uivas aos abismos, ó teatro,
as dores indomáveis.
No jorro contínuo
das palavras sem eco,
revestes os rostos
com o inferno de dentro.
Nem louros, nem aplausos
recobrem teu solo trágico:
nele desaba o imperioso castigo.
A culpa corrói o protagonista
e desavém palco e público.
Curtir isso:
Curtir Carregando...
Relacionado