Marta Morais da Costa
nas dobras, ainda mornas, dos lençóis,
imagino o corpo agora distante
o aconchego agora inexistente
a completude perdida.
estar juntos, lado a lado,
em falsa euforia a perder-se
nos prenúncios da morte
cada vez mais perto.
não poder viver a intensa
brevidade desses momentos
é vingança de deuses
irados e invejosos
a destruir em mim
as raras alegrias,
que submergem na rotina
vã, implacável, insossa.
O aconchego de raros instantes
torna-se parede de dias sem sol.
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